Caso Joaquim: 'no mínimo, padrasto sabe o que aconteceu', diz advogado
Guilherme Rayme Longo, acusado de participação na morte do menino de 3 anos, será ouvido na tarde desta quarta-feira pela polícia
A família de Joaquim Ponte Marques, 3 anos, espera que o
padrasto dele, o técnico em informática Guilherme Rayme Longo, 28 anos,
dê informações que possam levar a polícia
à elucidação do caso. "No mínimo, ele sabe o que aconteceu", disse o
advogado Alexandre Durante, que representa Artur Paes, pai biológico de
Joaquim. O menino foi encontrado morto no domingo, em um rio em Barretos
(SP), a 430 quilômetros de São Paulo, e Guilherme foi preso por
suspeita de participação no crime.
Ela admitiu ter sido agredida em janeiro e fevereiro.
Natália foi orientada pela família a não levar o caso à polícia pelo
fato de estar grávida.
Marcus Túlio Nicolino
promotor de Justiça
De acordo com o advogado, Artur está em São Paulo, ainda
se recuperando do trauma da morte do filho. "É preciso ter muita
cautela para fazer qualquer tipo de acusação neste momento, mas o
Guilherme pode colaborar muito com a investigação. Naquela noite,
somente ele e a Natália (mãe de Joaquim, que também foi presa) estavam na casa, além do Joaquim", disse Alexandre, referindo-se ao dia 5 de novembro, data que o menino desapareceu de casa.
O advogado afirma que Artur não tinha conhecimento de um
suposto relacionamento conturbado entre Natália e Guilherme. "Ele não
interferia na vida do casal e não tinha informações sobre o que se
passava na casa", afirmou.
Para o promotor Marcus Túlio Nicolino, há muito a ser
explicado pelo acusado. Nicolino diz que Guilherme tem um histórico
agressivo e que Natália foi agredida por ele em pelo menos duas
oportunidades, enquanto estava grávida do filho do casal, Vitor Hugo, de
quatro meses.
"Ela admitiu ter sido agredida em janeiro e fevereiro.
Natália foi orientada pela família a não levar o caso à polícia pelo
fato de estar grávida", disse ele.
O promotor disse também que é preciso averiguar por que o
pai de Longo passou em frente à casa do filho, de carro, durante a
madrugada em que o menino desapareceu. O carro foi flagrado por câmeras
de segurança da rua em que o casal morava com a criança.
"A própria quebra do sigilo telefônico vai ajudar nisso.
Para ver quem teve contato com quem naquela noite fatídica", disse
Nicolino.
Antonio Carlos de Oliveira, advogado de Guilherme,
afirma que seu cliente não tem nada a temer. "O Guilherme é inocente e
tem interesse em demonstrar isso. Ele vai falar sempre que for
requisitado. Ele não aplicava insulina no menino. Ajudava eventualmente,
sempre com a mãe."
O advogado refuta a tese de que o padrasto não tratava
bem o menino. "Todos os que foram ouvidos até agora afirmam que ele
tratava bem o garoto. Só tive acesso hoje aos autos. Preciso estudar a
fundamentação da prisão temporária e planejar o pedido dessa revogação. O
réu não tem por que estar preso", disse Oliveira.
Foto: Vagner Magalhães / Terra
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